Sensoriamento remoto (SR) é um termo utilizado na área das ciências aplicadas que se refere à obtenção de dados de alvos à distâncias remotas, de superfícies terrestres, lunares, planetárias, e fenômenos atmosféricos. A atividade de SR está relacionada com um conjunto de técnicas de aquisição, processamento e análise de dados coletados por sensores remotos que são sistemas fotográficos ou óptico-eletrônicos capazes de detectar e registrar, sob a forma de imagens ou não, o fluxo de energia radiante refletido ou emitido por objetos distantes.
O emprego de modernos sensores que geram imagens, o uso de plataformas orbitais e aeronaves, processamento de dados, desenvolvimento de algoritmos de tratamento de imagens, método de análise e interpretação de imagens, tedenciona uma infinidade de aplicações que se estende por várias áreas do conhecimento, como a geologia, agronomia, geografia, urbanismo, biologia, oceanografia, computação, engenharia Florestal, Civil e Ambiental. Desenvolveu-se rapidamente em poucas décadas por proporcionar a observação da Terra numa escala global e periódica, oferecendo rápidos meios para monitorar os fenômenos dinâmicos e as mudanças das feições terrestres.
O SR é uma tecnologia aplicada em escala mundial e que reúne a maior diversidade de pesquisadores e usuários do que qualquer outra tecnologia de aplicação que se conhece. Um modelo que ilustra o que é Sensoriamento Remoto pode ser visto na figura abaixo, que em resumo reúne os três componentes básicos, que são a fonte, o alvo e o sensor.
Componentes básicos de um sistema de sensoriamento remoto
Que uma primeiras aplicações do SR foi para uso militar. Para isto foi desenvolvida, no século passado, uma leve câmara fotográfica com disparador automático e ajustável. Essas câmaras, carregadas com pequenos rolos de filmes, eram fixadas ao peito de pombos-correio, que eram levados para locais estrategicamente escolhidos de modo que, ao se dirigirem para o local de suas origens, sobrevoavam posições inimigas. As fotos obtidas consistiam em valioso material informativo, para o reconhecimento da posição e infra-estrutura de forças militares inimigas.
A grande revolução do SR aconteceu no início da década de 70, com o lançamento dos satélites de recursos naturais terrestres. Os satélites, embora demandem grandes investimentos e muita energia nos seus lançamentos, orbitam em torno da Terra por vários anos. Durante sua operação em órbita o consumo de energia é mínimo, pois são mantidos a grandes altitudes onde não existe resistência do ar e a pequena força gravitacional terrestre é equilibrada pela força centrífuga do movimento orbital do satélite. Estes aparatos espaciais executam um processo contínuo de tomadas de imagens da superfície terrestre coletadas 24 horas por dia, durante toda a vida útil dos satélites.
Existem várias séries de satélites de SR em operação, entre eles podemos citar: LANDSAT, SPOT, CBERS, IKONOS, QUICKBIRD e NOAA. São destinados ao monitoramento e levantamento dos recursos naturais terrestres. Os satélites NOAA fazem parte dos satélites meteorológicos, destinados principalmente aos estudos climáticos e atmosféricos.
Satélite CBERS
Satélite IKONOS Satélite QUICKBIRD
Satélite NOAA
IMPORTÂNCIA DAS IMAGENS DE SATÉLITE
Através das imagens de alta resolução provenientes de satélites é possível realizar planejamentos urbanos, tanto municipais como regional, possibilita também os cadastros das mesmas, estradas, acessos as cidades, ferrovias. Além disso, pode promover melhorias na administração de projetos de engenharia relacionados a saúde, educação e transporte urbano.
As imagens de média resolução permitem a detecção de impactos ambientais, como desmatamentos, queimadas além de apontar, através de sucessivas fotos em um indeterminado tempo, processo de reflorestamento e se uma área de conservação continua intacta. Para o auxílio em estudos de recursos hídricos e florestais, uma imagem de baixa resolução, dependendo do caso, já é o suficiente para tirar conclusões do ambiente em estudo.
As imagens de satélite são vantajosas por possibilitar mapeamentos rápidos e a baixo custo. No entanto, elas podem ser utilizadas apenas com direito de uso da imagem, além disso, não atingem grandes precisões podendo apresentar distorções geométricas, como relevo, devido a inclinação do sensor e distorções radiométricas por contaminação de pixels.
Essa é uma imagem de satélite na qual podemos observar a Serra de Caldas.
A imagem mostra um dos problemas na aquisição de dados - NUVENS. Como exemplo de outro problemas temos: Atmosfera (gases, molóculas), substrato (matéria orgânica), dossel (cobertura da copa vegetal).
Conclui-se que as imagens de sensoriamento remoto, além de permitir gerar informações, podem evitar a necessidade de certos estudos in locu e também a visita de propriedades rurais. Além disso, a cada ano, com novas imagens de satélite, torna-se possível realizar um monitoramento de propriedades, APPs, Unidades de Conservação e as de Preservação.
Com o advento e o rápido desenvolvimento da tecnologia em geoprocessamento, a análise ambiental ficou mais fácil e prática e com menores custos. Através de softwares, das imagens de satélite entres outros aparatos oferecidos pelo sensoriamento remoto, pode-se adquirir e acumular dados continuamente, realizar previsões de impactos, prognosticar e diagnostica-los perante algum empreendimento.
Referência e links.
Moreira, M. A. Fundamentos do Sensoriamento Remoto e Metodologias de Aplicação. São José dos Campos: INPE, 2001.
Moreira, M. A. Fundamentos do Sensoriamento Remoto e Metodologias de Aplicação. São José dos Campos: INPE, 2001.