quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Sensoriamento remoto? O QUE É ISSO?

     

Sensoriamento remoto (SR) é um termo utilizado na área das ciências aplicadas que se refere à obtenção de dados de alvos à distâncias remotas, de superfícies terrestres, lunares, planetárias, e fenômenos atmosféricos. A atividade de SR está relacionada com um conjunto de técnicas de aquisição, processamento e análise de dados coletados por sensores remotos que são sistemas fotográficos ou óptico-eletrônicos capazes de detectar e registrar, sob a forma de imagens ou não, o fluxo de energia radiante refletido ou emitido por objetos distantes.
O emprego de modernos sensores que geram imagens, o uso de plataformas orbitais e aeronaves, processamento de dados, desenvolvimento de algoritmos de tratamento de imagens, método de análise e interpretação de imagens, tedenciona uma infinidade de aplicações que se estende por várias áreas do conhecimento, como a geologia, agronomia, geografia, urbanismo, biologia, oceanografia, computação, engenharia Florestal, Civil e Ambiental. Desenvolveu-se rapidamente em poucas décadas por proporcionar a observação da Terra numa escala global e periódica, oferecendo rápidos meios para monitorar os fenômenos dinâmicos e as mudanças das feições terrestres.
O SR é uma tecnologia aplicada em escala mundial e que reúne a maior diversidade de pesquisadores e usuários do que qualquer outra tecnologia de aplicação que se conhece. Um modelo que ilustra o que é Sensoriamento Remoto pode ser visto na figura abaixo, que em resumo reúne os três componentes básicos, que são a fonte, o alvo e o sensor.

Componentes básicos de um sistema de sensoriamento remoto


  
Que uma primeiras aplicações do SR foi para uso militar. Para isto foi desenvolvida, no século passado, uma leve câmara fotográfica com disparador automático e ajustável. Essas câmaras, carregadas com pequenos rolos de filmes, eram fixadas ao peito de pombos-correio, que eram levados para locais estrategicamente escolhidos de modo que, ao se dirigirem para o local de suas origens, sobrevoavam posições inimigas. As fotos obtidas consistiam em valioso material informativo, para o reconhecimento da posição e infra-estrutura de forças militares inimigas.


A grande revolução do SR aconteceu no início da década de 70, com o lançamento dos satélites de recursos naturais terrestres. Os satélites, embora demandem grandes investimentos e muita energia nos seus lançamentos, orbitam em torno da Terra por vários anos. Durante sua operação em órbita o consumo de energia é mínimo, pois são mantidos a grandes altitudes onde não existe resistência do ar e a pequena força gravitacional terrestre é equilibrada pela força centrífuga do movimento orbital do satélite. Estes aparatos espaciais executam um processo contínuo de tomadas de imagens da superfície terrestre coletadas 24 horas por dia, durante toda a vida útil dos satélites.
Existem várias séries de satélites de SR em operação, entre eles podemos citar: LANDSAT, SPOT, CBERS, IKONOS, QUICKBIRD e NOAA. São destinados ao monitoramento e levantamento dos recursos naturais terrestres. Os satélites NOAA fazem parte dos satélites meteorológicos, destinados principalmente aos estudos climáticos e atmosféricos.

Satélite Landsat 1 Satélite SPOT

 Satélite CBERS

Satélite IKONOS   Satélite QUICKBIRD

 Satélite NOAA

IMPORTÂNCIA DAS IMAGENS DE SATÉLITE
Através das imagens de alta resolução provenientes de satélites é possível realizar planejamentos urbanos, tanto municipais como regional, possibilita também os cadastros das mesmas, estradas, acessos as cidades, ferrovias. Além disso, pode promover melhorias na administração de projetos de engenharia relacionados a saúde, educação e transporte urbano.
As imagens de média resolução permitem a detecção de impactos ambientais, como desmatamentos, queimadas além de apontar, através de sucessivas fotos em um indeterminado tempo, processo de reflorestamento e se uma área de conservação continua intacta. Para o auxílio em estudos de recursos hídricos e florestais, uma imagem de baixa resolução, dependendo do caso, já é o suficiente para tirar conclusões do ambiente em estudo.
As imagens de satélite são vantajosas por possibilitar mapeamentos rápidos e a baixo custo. No entanto, elas podem ser utilizadas apenas com direito de uso da imagem, além disso, não atingem grandes precisões podendo apresentar distorções geométricas, como relevo, devido a inclinação do sensor e distorções radiométricas por contaminação de pixels.   


Essa é uma imagem de satélite na qual podemos observar a Serra de Caldas.

 A imagem mostra um dos problemas na aquisição de dados - NUVENS. Como exemplo de outro problemas temos: Atmosfera (gases, molóculas), substrato (matéria orgânica), dossel (cobertura da copa vegetal).

Conclui-se que as imagens de sensoriamento remoto, além de permitir gerar informações, podem evitar a necessidade de certos estudos in locu e também a visita de propriedades rurais. Além disso, a cada ano, com novas imagens de satélite, torna-se possível realizar um monitoramento de propriedades, APPs, Unidades de Conservação e as de Preservação. 

Com o advento e o rápido desenvolvimento da tecnologia em geoprocessamento, a análise ambiental ficou mais fácil e prática e com menores custos. Através de softwares, das imagens de satélite entres outros aparatos oferecidos pelo sensoriamento remoto, pode-se adquirir e acumular dados continuamente, realizar previsões de impactos, prognosticar e diagnostica-los perante algum empreendimento. 

Referência e links.
 Moreira, M. A. Fundamentos do Sensoriamento Remoto e Metodologias de Aplicação. São José dos Campos: INPE, 2001.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Geoprocessamento & SIG



Afinal, o que é o Geoprocessamento? Será que é a mesma coisa que o tão falado SIG? Não, não é!


Conjunto de todas as ciências e técnicas (geografia, cartografia, topografia,informática, geodésia, etc) que levam à geração de informações geograficamente referenciadas.
O geoprocessamento cada vez mais vem sendo utilizado na gestão de um ou mais temas (meio ambiente, redes de distribuição, planejamento urbano, exploração mineral, construções, comércio, acidentes, agricultura, etc.) presentes na superfície terrestre.

Quais são os elementos do Geoprocessamento ?

O geoprocessamento é composto por cinco elementos e são utilizados na gestão de um ou mais temas existentes na superfície terrestre.

·                     Elementos:

  • Dados geográficos : gráficos e tabulares.
  • Programas : GvSig, ArcView, SPRING, ENVI, AutoCAD, entre outros
  • Equipamentos: computadores, plotters, mesas digitalizadoras, scanners, dispositivos de coleta de dados, etc.
  • Pessoas: equipe modelada e treinada conforme o tema em gestão.

Geoprocessamento é um ramo da área do conhecimento denominada oficialmente de geomática. Ele emgloba o total conjunto de técnicas ligadas à informação espacial, quer seja no tocante a coleta, tratamento e análise desses dados. Algumas dessas técnicas são:

·        Topografia;
·        Fotogrametria;
·        Cartografia;
·        Sensoriamento Remoto;
·        Posicionamento por Satélite;
·        Geoestatística;
·        Banco de Dados Geográficos;
·        WebMapping;
·        SIG.

Ou seja, o SIG, bem como as demais tecnologias mencionadas acima, são parte do conjunto maior de técnicas - O Geoprocessamento.
Acho muito interessante o comentário feito por Câmara e Davis de que “Se onde é importante para seu negócio, então Geoprocessamento é sua ferramenta de trabalho”. Essa frase resume bem a aplicabilidade do Geoprocessamento.

Agora, o que é o SIG

Consideremos agora os usos do termo SIG (Sistema de Informação Geográfica) ou GIS(Geographic Information System).



Um SIG pode ser definido como um conjunto integrado de hardware e software para a aquisição, armazenamento, estruturação, manipulação, análise e exibição gráfica de dados espacialmente referenciados pelas coordenadas geográficas. Esta definição técnica reflete com exatidão os componentes físicos do SIG e as funções principais que tais sistemas executam, mas peca por não incluir o papel que as pessoas representam no sistema. Pessoas, naturalmente, administram e usam SIG. Realmente, nós vemos que do ponto de vista dos planejadores urbanos e rurais, cientistas ambientais e muitos outros usuários de SIG, tais sistemas são ferramentas para realizar o inventário de dados geográficos, fundirem dados de muitas fontes, monitorar e avaliar a condição de nosso ambiente e modelar ou predizer as consequências das alterações humanas no ambiente.
Componentes de um SIG
Conforme mostra a figura acima, um SIG (Sistema de Informação Geográfica), é composto não apenas de softwares, mas também por metodologias aplicadas, dados a serem coletados e tratados, hardwares específicos, como por exemplo scanners e coletores de dados GPS e recursos humanos.


Quando se desenvolve um SIG, também chamada de aplicação SIG, dados de diversas fontes, de caráter espacial e tabular são integrados num único sistema onde estes dados podem ser cruzados gerando novas informações úteis. A figura abaixo mostra alguns dados visualizados no software SIG.


No Brasil, nos últimos anos, vêm sendo desenvolvidas pesquisas na área do turismo utilizando o Sistema de Informação Geográfico (SIG), demonstrando sua importância para a construção de uma base de dados espacial para melhor análise na área do turismo: ecoturismo, turismo urbano, turismo cultural e histórico ou turismo na Internet, facilitando seu planejamento e gestão(SCHMIDT et al, 2007).


O município de Caldas Novas encanta com sua beleza, receptividade e, claro, seus recursos naturais. A cidade, localizada no Estado de Goiás, é um dos principais destinos turísticos do país, além de ter o título de maior estância hidrotermal do mundo. Caldas Novas é a cidade que mais cresce na região centro-oeste do Brasil, recebendo aproximadamente 1,5 milhões de turistas por ano, tendo como principal atrativo o fenômeno das águas quentes, recomendadas por todos os visitantes.



Devido a importância turística da cidade de Caldas Novas torna-se fundamental a utilização das ferramentas do SIG para o conhecimento e planejamento de atividades turísticas e geográficas. Dessa forma, para ilustrar essa importância, foram elaborados os seguintes mapas:




Propriedade perceptiva: Ordenada
Variável visual: Cor
Modo de implantação: Linear


Propriedade perceptiva: Qualitativa
Variável visual: Cor
Modo de implantação: Linear




Propriedade perceptiva: Qualitativa (Diversidade)
Variável visual: Cor
Modo de implantação: Zonal




Propriedade perceptiva: Qualitativa
Variável visual: Cor
Modo de implantação: Pontual



Conclui-se que o Sistema de Informação Geográfico -SIG oferece ao usuário uma representação do mundo real, onde as informações do banco de dados em ambiente SIG podem ser relacionadas, tendo como base a localização geográfica. Podem assumir papel importante para apoiar políticas, projetos e ações para o conhecimento e planejamento de atividades turísticas. Ressalta-se que o geoprocessamento é uma importante ferramenta no processo de preservação e no marketing turístico, referindo-se à formatação e consolidação de produtos turísticos.

Os resultados proporcionam o gerenciamento das informações georreferenciadas e posteriormente a veiculação de mapas dinâmicos e interativos constituindo uma estratégia tecnológica, permitindo o acesso de milhões de usuários na Internet a uma grande quantidade de informações turísticas.


Referência e Links:



Assad, E. D. & Sano, E. E. Sistema de Informações Geográficas: Aplicações na Agricultura. Brasília: EMBRAPA - SPI / EMBRAPA - CPAC, 1998.


http://blog.geoprocessamento.net


Paraíso das águas quentes


Todos os anos, mais de um milhão de turistas visitam a pequena Caldas Novas. Eles chegam em busca das águas quentes do balneário, considerado a maior estância hidrotermal do mundo. Com temperaturas variando entre 30 e 57 graus, as centenas de piscinas dos hotéis e dos clubes atraem especialmente grupos da terceira idade e famílias com crianças, que lá encontram atividades recreativas e muita diversão dia e noite. Relaxar também faz parte do programa – quem resiste a uma banheira de hidromassagem ao ar livre com água bem quentinha?  
Fora dos hotéis também há muito o que fazer. Imperdível é passar um dia no Hot Park, que oferece muito mais que piscinas térmicas. O maior complexo de lazer da região - instalado na cidade de Rio Quente, a 30 quilômetros - tem corredeiras e toboáguas radicais que encantam crianças e adultos. Já na Lagoa de Pirapitinga, onde estão as nascentes com as mais altas temperaturas de Caldas Novas, o destaque é o Poço do Ovo, com águas que borbulham a 57 graus. 
Caso o corpo sinta falta da água fria, tome a direção do Lago de Corumbá, um espelho d'água com 65 quilômetros quadrados, perfeito para a prática de esportes náuticos e passeios de barco. A área já começa a oferecer hotéis de lazer, com infra-estrutura para a pesca esportiva e exploração das cachoeiras da região.